Sunday, January 28, 2007



Werinton Kermes com João do Vale na cidade de Pedreiras/MA em Novembro de 1995

Friday, January 05, 2007

João do Vale: muita gente desconheceSe Luiz Gonzaga é o rei do baião, João do Vale é o príncipe. O filme procura resgatar a história de um dos mais geniais compositores brasileiros, o maranhense João do Vale, a partir de depoimentos de contemporâneos ( Luiz Vieira, Miucha, Ferreira Gullar e outros) e mostra imagens raras do cantador nordestino no palco juntamente com Nara Leão, Chico Buarque, Gonzaguinha.Ficha TecnicaTítulo Original: João do Vale: muita gente desconheceGênero: DocumentárioDiretor: Werinton KermesTempo de Duração: 30 minutosAno de Lançamento: 2005Origem: BrasilElencoJoão do ValeLuiz VieiraFerreira GullarMiuchaChico AnysioRita RibeiroJosé SarneyRoberto FariasMarcio Pascoal


O DOCUMENTARIO PODE SER ADQUIRIDO PELO EMAIL werintonfoto@yahoo.co.com.br




02/03/2006 -
É Tudo Verdade põe música e exclusão em foco



Folha Online
É Tudo Verdade
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11º Festival Internacional de Documentários anunciou nesta quinta-feira os filmes que participarão das mostras competitivas brasileiras. Entre os dez médias e longas-metragens selecionados, destacam-se produções com temática musical e com foco nos excluídos. O festival acontece em São Paulo (23/3 a 2/4) e Rio (24/3 a 2/4), com extensões em Brasília (4/4 a 16/4) e Campinas (24/4 a 30/4).Do universo musical brasileiro vêm retratos do percussionista Naná Vasconcelos, da violeira Helena Meirelles (morta aos 81 anos em setembro de 2005) e do líder dos Paralamas do Sucesso, Herbert Viana.
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Filme apresenta ritmos do Recôncavo Baiano"Diário de Naná", de Paschoal Samora, traz o músico em uma incursão ao Recôncavo Baiano, onde foi recebido por personalidades do candomblé legítimo, que lhe mostraram a música e a cultura da região. O documentário inclui ainda um encontro com a cantora Virgínia Rodrigues no porão do Mercado Modelo, em Salvador.Roberto Berliner, que já havia dirigido com Sandra Kogut um documentário sobre os Paralamas do Sucesso quase 20 anos atrás, apresenta agora "Herbert de Perto", que destaca a recuperação do líder da banda, Herbert Vianna, após o grave acidente de ultraleve em 2001. A parceria entre o diretor e o grupo também já rendeu outros frutos, como a participação do trio na trilha sonora do longa "A Pessoa É para o que Nasce", de Berliner (com co-direção de Leonardo Domingues).
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Autodidata, Helena começou a tocar ainda criançaDa diretora gaúcha Dainara Toffoli, "Dona Helena" mostra a violeira que ganhou fama ao merecer registro na revista norte-americana "Guitar Player". A produção traz cenas de Helena Meirelles em Presidente Epitácio (655 km a oeste de São Paulo, perto da fronteira com o Mato Grosso do Sul), para onde a equipe se deslocou a fim de registrar a violeira em seu próprio ambiente. Há também imagens registradas em São Paulo, onde Helena passou a se apresentar após a fama tardia.ExclusãoMudando completamente o foco, sete títulos da mostra competitiva cravam os pés na realidade e se apóiam em temas que vão dos movimentos pró-moradia ao massacre de 2005 na Baixada Fluminense, passando por Pixote, regime militar e Carandiru.Os movimentos que lutam por moradia em São Paulo são tema de "À Margem do Concreto", de Evaldo Mocarzel. Diretor do premiado "Do Luto à Luta", sobre portadores da síndrome de Down, Mocarzel dá continuidade à série de quatro obras iniciada em 2003 com "À Margem da Imagem", que traça retratos da metrópole paulista."Dia de Festa", de Toni Venturi ("Cabra-Cega" e "O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes", vencedor da mostra em 1997), também segue pelo mesmo tema, retratando quatro mulheres líderes do MSTC (Movimento do Sem Teto do Centro de São Paulo).
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Carandiru é tema de produçãoAinda na capital paulista, vêm registros do Carandiru, em "Deus e o Diabo em Cima da Muralha", de Tocha Alves e Daniel Lieff, que detalha aquele que foi o maior presídio da América Latina a partir do dia-a-dia de ex-funcionários, como Dráuzio Varella (autor de "Estação Carandiru").Há ainda "Pixote in Memoriam", que revisita "Pixote: A Lei do Mais Fraco" (1981), de Hector Babenco. Com abordagem e formato absolutamente diferentes, o documentário de Felipe Briso e Gilberto Topczewski toca no mesmo tema abordado por José Joffily em 1996, com "Quem Matou Pixote?": a reconstituição da vida do protagonista do filme de 1981, Fernando Ramos da Silva, assassinado em 1987.Já a Baixada Fluminense ganha registro em "Atos dos Homens", sobre o massacre ocorrido em 2005 que vitimou 19 pessoas. A produção de Kiko Goifman ("33" e "Morte Densa") foi exibida no Festival de Berlim, em fevereiro.Longe das metrópoles, Rubinéia, na fronteira entre São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, é lembrada em "O Profeta das Águas", de Leopoldo Nunes, que conta a história do líder religioso Aparecido Galdino Jacintho e sua relação com o regime militar em 1970. Por fim, "Caparaó", de Flavio Frederico, retrata a primeira tentativa de resistência armada no Brasil pós-1964.Curta premiadoO É Tudo Verdade selecionou ainda nove curtas-metragens para a mostra competitiva. Entre eles estão o premiado "BerlinBall" de Anna Azevedo, sobre a terra natal (Campina Grande) do jogador Marcelinho Paraíba, atualmente no Hertha Berlim. A produção é vencedora do Berlim Today Award, concedido a novos diretores. A premiação aconteceu em fevereiro, dentro do Festival de Berlim.Com direção de Amir Labaki, o evento também abrirá espaço neste ano para uma mostra competitiva internacional, cujos longas participantes serão anunciados em breve. Jorge Bodanzky é o homenageado na mostra Retrospectiva Brasileira, que exibirá 11 títulos do diretor paulista.Estão previstas ainda as mostras informativas O Estado das Coisas, Horizonte e Foco Latino Americano, além da retrospectiva internacional, homenagens e programas especiais. Paralelamente, acontece em São Paulo, no Itaú Cultural, a sexta Conferência Internacional do Documentário, realizada em parceria com o Cinusp.Confira os participantes da mostra competitiva de longas e médias-metragens:"Atos dos Homens", de Kiko Goifman"À Margem do Concreto", de Evaldo Mocarzel"Caparaó", de Flavio Frederico"Deus e o Diabo em Cima da Muralha", de Tocha Alves e Daniel Lieff"Dia de Festa", de Toni Venturi"Diário de Naná", de Paschoal Samora."Dona Helena", de Dainara Toffoli"Herbert de Perto", de Roberto Berliner"Pixote in Memoriam", de Felipe Briso e Gilberto Topczewski"O Profeta das Águas", de Leopoldo NunesConfira os concorrentes entre os curtas-metragens:"BerlinBall", de Anna Azevedo"De Glauber para Jirges", de André Ristum"Dormentes", de Joel Pizzini"João do Vale - Muita Gente Desconhece", de Werinton Kermes"Passeios no Recanto Silvestre", de Miriam Chnaiderman"Rap, o Canto da Ceilândia", de Adirley Queirós"Sexo e Claustro", de Cláudia Priscilla"Uma História Severina", de Débora Diniz e Eliane Brum"Visita Íntima", de Joana NinInformações no site:
www.etudoverdade.com.br Posted by Picasa


Teatro João do Vale

No antigo Largo do Comércio, na Praia Grande, funcionava à Rua da Estrela, nº 283, um grande barracão utilizado para armazenar açúcar, pertencente a um empresário da época chamado Rocha Aguiar. O espaço foi adquirido pelo Governo do Estado e reformado durante a execução do Projeto Reviver. Com o fim das obras, o espaço foi denominado Teatro Canarinho, assim chamado pela cor de suas paredes, numa analogia ao pássaro amarelo.
Em 7 de Fevereiro de 1995, através do decreto nº 14424, foi criado o Espaço Cultural João do Vale com o objetivo de manter as ações desenvolvidas pelo antigo GTAI – Grupo de Trabalho de Ações Integradas de Cultura, responsável pela coordenação das atividades artístico-culturais da área da Praia Grande e sítios históricos, desenvolvimento do turismo através de programações artísticas dessas áreas, além de funcionar como órgão e espaço da Secretaria de Cultura , realizando programações artístico-culturais em regime de multi-uso ocupacional, promovendo, apoiando e difundindo a arte e a cultura nas diferentes linguagens e formas de expressão, facilitando-lhes o exercício dos aspectos experimentais.
Em 15 de agosto de 2000, foi dado início o processo de reforma e adaptação do prédio, o que determinou a partir daquele momento o formato de programação que o local comportaria dali por diante.
A partir de 28 de setembro de 2001, o Teatro João do Vale passou a fazer parte da estrutura administrativa do CACEM – Centro de Artes Cênicas do Maranhão – órgão criado pela Fundação de Cultura do Maranhão na mesma data.Inaugurado em 18 de dezembro de 2001, o Teatro João do Vale Posted by Picasa

De Tião para João
No ano em que se lembra dez anos da perda de João do Vale, compositor de “Carcará” recebe homenagem em disco e shows do conterrâneo Tião Carvalho.

Dia 6 de dezembro 10 anos da morte de João do Vale, compositor maranhense radicado no Rio de Janeiro, dos mais importantes da história da música popular que acabou morto sem o devido reconhecimento. A data parece contrariar uma lógica comum na música brasileira, a de que mesmo sendo menores, artistas mortos são celebrados à exaustão. Tião Carvalho, cantor e compositor conterrâneo de João do Vale, volta a lembrar a injustiça no lançamento de Tião Canta João (Pôr do Som), álbum-tributo em que reuniu convidados para reviver 14 músicas de João do Vale (1933-1996). Posted by Picasa

Pisa na Fulô mas não Maltrata o Carcará "Fruto de minuciosa pesquisa, este livro é a biografia de um dos maiores compositores da música brasileira de todos os tempos. Imortalizado por canções como "Carcará", "Pisa na fulô" e "Asa do Vento", o maranhense João do Vale tem sua história de glória e ruína contada com rigor histórico e certa dose de humor. A história de João é a história de um dos maiores poetas populares da nossa música.

"Zeca Baleiro Posted by Picasa



João Batista do Vale

nasceu em Pedreiras MA em 11 de Outubro de 1934. Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boléias de caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou- se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Ipanema. Passou a freqüentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a idéia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do show Opinião, no Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele mesmo. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional. Faleceu em São Luís MA no dia 06 de Dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.
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Deputado Hamilton Pereira Faz pronunciamento em homenagem ao documentário João do Vale – Muita Gente Desconhece, a Assembléia Legislativa de São Paulo.

Quero utilizar estes 15 minutos que me foram concedidos neste Grande Expediente e aproveitar que é um tempo suficiente para que abordemos aqui vários assuntos, pedir a compreensão do público que nos assiste para fazer aqui referência a um editorial publicado no jornal da nossa cidade de Sorocaba que fala de duas conquistas de dois ilustres sorocabanos cineastas que conquistaram prêmios no último Festival em Gramado que terminou no último 20 deste mês. Estou me referindo a dois filmes premiados no Festival de Gramado com a figura de dois ilustres sorocabanos. Primeiro o cineasta Werinton Kermes, que ocupa hoje a Secretaria Municipal de Cultura no Município de Votorantim, cidade esta vizinha à Sorocaba.
Gostaria de parabenizar o diretor sorocabano e companheiro Werinton Kermes, que foi o vencedor do "13º Gramado Cine Vídeo" na categoria "Documentário", com o vídeo "João do Vale, Muita Gente Desconhece" Esse importante evento é uma atividade paralela do 33º Festival de Cinema de Gramado que terminou dia 20/08/05 com a premiação dos melhores longas-metragens.
A fita, "João do Vale, Muita Gente Desconhece", dirigida por Kermes, que também é Secretário da Cultura do Município de Votorantim, foi escolhido o Melhor Documentário Brasileiro de 2005 concorrendo com trinta e uma outras produções e retrata a vida do famoso compositor maranhense, autor de mais de 600 musicas, algumas verdadeiros clássicos da MPB como "Carcará", "Pisa na Fulô", "Coroné Antônio Bento" e "Canto da Ema", através de depoimentos de alguns de seus admiradores, como Luiz Vieira, Fagner, Chico Anísio, José Sarney, Miúcha, Ferreira Gullar e outros, percorrendo a trajetória deste que figura como sendo um dos grandes expoentes da música popular no Brasil e que morreu em 1996, aos 62 anos, na mais completa miséria.
Quero congratular-me também com o Werinton pela escolha do tema desse fabuloso documentário que faz um resgate da história da música popular brasileira e mergulha no universo sertanejo que margeou toda a vida e obra de João do Vale, que foi gravado por Maria Bethânia, Luiz Vieira, Nara Leão, Chico Buarque, Fagner e Tom Jobim, dentre outros. A belíssima obra do companheiro Werinton teve o merecido reconhecimento na mostra de Gramado - RS, e levou 10 anos para ser concluída, entre pesquisa e gravação de depoimentos, e teve como roteirista Mirian Cris Carlos, sua esposa, devendo ser lançado oficialmente no início de setembro de 2005 no CineSesc, nesta Capital.
Assim, companheiro Werinton Kermes, receba deste Parlamentar o parabéns pelo merecido "Kikito", que foi o prêmio obtido por você, nosso grande companheiro e cineasta.
Quero também homenagear o nosso querido cineasta Paulo Betti, conhecido por todos das inúmeras atuações frente a novelas globais e também frente a inúmeras peças de teatro. Parabéns a Paulo Betti. Parabenizo o diretor e ator sorocabano e companheiro Paulo Betti que, com o filme "Cafundó", conquistou quatro troféus Kikito, no 33º Festival de Cinema de Gramado, nas categorias melhor ator, melhor fotografia, melhor direção de arte e ainda o Prêmio Especial do Júri.
"Cafundó" é uma obra de ficção cinematográfica, inspirada em um personagem real saído das senzalas do século XIX. No filme, o diretor Paulo Betti recupera a história do carismático ex-escravo e tropeiro João de Camargo, o Nhô João, feita de crenças, sabedoria e até um dialeto próprio, a "cupópia" que usa palavras africanas, mas na estrutura do português.
Tal história, cujo resgate é de extrema importância cultural para o nosso País e para o Estado de São Paulo, se apresenta com importância ainda maior para a região de Sorocaba, que hoje tem enriquecido o acervo histórico dos costumes e cultura de sua gente.
João de Camargo criou sua Igreja, um culto sincrético que reunia traços cristãos, espíritas e africanos, atraindo multidões. Mesmo após sua morte, o curandeiro e suas práticas religiosas, continuaram a ser cultuados. Essa reverência ao ex-escravo chegou até mesmo a inspirar o sociólogo Florestan Fernandes. Este saudoso companheiro, disse certa vez: "Foi em campo, analisando o culto ao ex-escravo João de Camargo, que aprendi a ser sociólogo".
Em resumo, podemos dizer que é um orgulho para todos os sorocabanos, de berço e de coração, ter sua cultura representada nesta obra e na capacidade artística do companheiro Paulo Betti.
Com estas palavras, com estes escritos, presto as minhas homenagens ao querido Paulo Betti e ao querido companheiro Werinton Kermes. Enaltecem a cidade de Sorocaba estas obras e estes artistas.
Quero também, Sr. Presidente, solicitar que estes documentos que exaltam estas obras sejam publicados no “Diário Oficial” e enviados, com o timbre da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, a estes artistas, para que tomem conhecimento desta homenagem que lhes foi prestada na tarde de hoje, 30 de agosto de 2005, desta tribuna por este Deputado na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
Quero ainda fazer menção ao editorial do jornal “Cruzeiro do Sul”, do último dia 20 de agosto, feito pelo conhecido e competente jornalista Geraldo Bonadio, que de certa forma nos inspirou a prestar esta homenagem a esses artistas.
Agradeço a todos pela atenção, agradeço ao Sr. Presidente pela paciência e por todos que nos ouviram.
Creio que prestamos uma justa homenagem aos companheiros o ator já consagrado Paulo Betti e o cineasta Werinton Kermes. Um abraço aos dois grandes artistas.
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João do Vale – O poeta do povo












João do Vale – O poeta do povo
João do Vale, falecido há nove anos em 6 de dezembro, deixou canções com letras fortes (como os sertanejos) e contagiantes que alegram festas e forrós, mas que muita gente desconhece serem de sua autoria. Carcará, Pisa na fulô, Na asa do vento, A voz do povo, Sina de caboclo, “Coroné” Antonio Bento são algumas delas.
João cantou as dificuldades da vida de sertanejo pobre, que conheceu muito bem, e as alegrias e o orgulho de ser compositor/cantor reconhecido e muito querido por colegas de infância e por expoentes da música popular brasileira, como Chico Buarque, Nara Leão, Zé Kéti, Edu Lobo, entre outros.
Nascido em Pedreiras em 1934, interior do Maranhão, começou a trabalhar ainda menino, e aos 13 anos mudou-se para São Luís, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi já compondo versos. Pouco depois seguiu com destino ao sul do país. Trabalhou como ajudante de caminhão, mineiro em Teófilo Otoni e, ao chegar ao Rio em 1950, foi empregado na construção civil, como pedreiro.
Com músicas e letras na cabeça, já que não sabia escrever, começou a freqüentar as rádios com a intenção de mostrá-las a artistas. Em 1950, conseguiu que Zé Gonzaga (irmão de Luiz) gravasse Cesário Pinto, que faria sucesso no nordeste. E em 1953, foi apresentado por Luiz Vieira a uma das “rainhas do rádio”, Marlene, que gravou sua Estrela Miúda que, tocada nas rádios, fez sucesso no Rio. João contaria depois que, ao ouvir a música no rádio, comentou com os colegas de trabalho, na obra, que era uma música de sua autoria. Eles duvidaram e lhe disseram que o sol quente estava prejudicando seu juízo.
Dois outros períodos foram muito marcantes em sua carreira. No início dos anos de 1960, conheceu Zé Kéti que o levou para se apresentar no ZiCartola, bar-restaurante de Cartola e Dona Zica que reunia artistas e músicos. Lá foi convidado a participar do show Opinião, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão.
Opinião, idealizado por Vianinha (Oduvaldo Viana Filho), Paulo Pontes e Armando Costa e dirigido por Augusto Boal, estreou em dezembro de 1964, foi assistido por mais de 25 mil pessoas só no Rio de Janeiro, e levado a outros estados, constitui-se num marco de resistência artística ao regime ditatorial vigente no país. Este show, que lançou também Maria Bethânia (que substituiu Nara), com sua marcante interpretação de Carcará, foi relançado anos depois em 1975, com Zé Kéti e Maria Medalha, sob direção de Bibi Ferreira.
No final dos anos 70, comandaria o “Forró Forrado” no Catete, casa de forró, democrática, que reunia um público amplo: estudantes, intelectuais, trabalhadores das obras do metrô. João recebia convidados como Chico Buarque, Edu Lobo, Zé Ramalho, Djavan, sempre animando as sextas-feiras, por cerca de dez anos.
Em 1981, com direção de produção de Chico Buarque, Fagner e Fernando Faro, João do Vale grava um
belíssimo disco com participações especiais de Chico Buarque, Jackson do Pandeiro, Nara Leão, Fagner, Tom Jobim, Gonzaguinha, Clara Nunes, Zé Ramalho, Amelinha e Alceu Valença, atualmente disponível em cd.
Na década de 1990, vários shows beneficentes, em sua homenagem foram realizados, num período em que João do Vale já não conseguia cantar, devido a seqüela de “derrame”. E nesse mesmo sentido, em 1995, Chico Buarque produziu um segundo disco (cd) com interpretações também de vários artistas, alguns que já tinham gravado sucessos seus, como Maria Bethânia, Ivon Cury, Luiz Vieira, Marinês, além da participação de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Alcione, entre outros.
Novas homenagens e resgate de sua história seguiram-se após sua morte, como o livro Pisa na fulô, mas não maltrata o carcará, de Marcio Paschoal (Editora Lumiar); o cd Carcarás da Cidade - Um tributo a João do Vale, lançado pelo selo da Prefeitura de Nova Iguaçu, onde João do Vale morou por cerca de vinte anos; João do Vale mais coragem do que homem, de Andréa Oliveira (Edufitia) e o documentário João do Vale – muita gente desconhece, de Werinton Kermes.


Minha História
(Raimundo Evangelista e João do Vale)
Seu moço quer saberEu vou cantar num baiãoMinha história pro senhorSeu moço preste atençãoEu vendia pirulitoArroz doce, mungunzáEnquanto eu ia vender doceMeus colegas iam estudarA minha mãe tão pobrezinhaNão podia me educarE quando era noitinhaA meninada ia brincarVige, como eu tinha invejaDe ver Zezinho contar- O professor ralhou comigoPorque eu não quis estudar
Hoje todos são doutorE eu continuo um João ninguémMas quem nasce pra patacaNunca pode ser vintémVer meus amigos doutorBasta pra me sentir bemMas todos eles quando ouvemUm baiãozinho que eu fizFicam todos satisfeitosBatem palma, pedem bisE dizem: João foi meu colegaComo eu me sinto feliz
Mas o negócio não é bem euÉ Mane, Pedro e RomãoQue também foi meus colegasE ficaram no sertãoNão puderam estudarE nem sabem fazer baião
Por Ferreira Gullar...
Devo dizer que considero João do Vale uma das figuras mais importantes da música popular brasileira. Se é certo que em 1964-65, quando se realizou pela primeira vez o show Opinião, os grandes centros do país tomaram conhecimento de sua existência e lhe reconheceram os méritos de compositor, não é menos certo que pouca gente de seu conta do que ele realmente significa como expressão de nossa cultura popular. Isso se deve ao fato de que João do Vale não é um compositor de origem urbana e que só agora se começa a vencer o preconceito que tem cercado as manifestações populares sertanejas. É verdade que em determinados momentos, com Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, essa música conseguiu ganhar o auditório nacional, mas para, em seguida, perder o lugar conquistado. É que o Brasil é o grande e diversificado. Basta dizer que, quando João do Vale se tornou um nome nacional, já tinha quase trezentas músicas gravadas, que o Nordeste inteiro conhecia e cantava, enquanto no Sul ninguém ainda ouvira falar nele. Lembro-me da primeira vez que o vi cantar em público, em 1963, no Sindicato dos Bancários, no Rio, convidado por Thereza Aragão. Dentro de um terno branco engomado, pisando sem jeito com uns sapatões de verniz, entrou em cena. Parecia encabulado, mais, quando começou a cantar, empolgou o auditório. Era como se nascesse ali o novo João do Vale que, menos de dois anos depois, na arena do Teatro Opinião, faria o público ora rir, ora chorar, com a força e a sinceridade de sua música e de sua palavra. Autenticidade é uma palavra besta mas é na autenticidade que resida a força desse João maranhense, vindo de Pedreiras para dar voz nacional ao sertão. Mas não só nisso, e não apenas no seu talento, como também em sua cultura. Há gente que pensa que culto é apenas quem leu muitos livros. No entanto, se tivesse tido, como eu a oportunidade de ouvir João cantar as músicas sertanejas que ele sabe, veria que ele é a expressão viva de uma cultura. De uma cultura que não está nos livros mas na memória e no coração dos artistas do povo.
Ferreira Gullar -
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Wednesday, January 03, 2007

Cena do Documentario














João do Vale muita gente desconhece" ganha prêmio de Melhor Documentário no Gramado Cine Vídeo

Foto da premiação
http://www.gramadosite.com.br/cgi/noticias/festivaldecinema/gramadosite/id:6288/xcoluna:1/xautor:1/leiapage:4/


Com direção de Werinton Kermes e Sorocaba, o documentário "João do Vale muita gente desconhece" acaba de conquistar o prêmio de Melhor Documentário do 13º Gramado Cine Vídeo. "Já era um sonho poder participar de um evento como este que é uma vitrine para o cinema nacional. Ganhar o prêmio então, está se está sendo maravilhoso", declarou Werinton. Na verdade o documentário começou a ser construído há dez anos. Neste período João do Vale faleceu e o trabalho foi interrompido, sendo retomado há pouco tempo, quando a família de João pediu as imagens e sugeriu que o documentário fosse feito."Tivemos apoio de pessoas como Chico Buarque de Holanda, que cedeu muitas das imagens de João do Vale. Mas por outro lado não tivemos nenhum patrocínio, apenas alguns apoios financeiros neste projeto", lembra o diretor.Além de estar consagrado como vencedor em sua primeira exibição pública, "João do Vale muita gente desconhece" promoveu o encontro de duas pessoas muito especiais ligadas a este homem: seus dois filhos, Paulo Roberto Riva Rodrigues do Vale e Raoni, de 21anos, outro filho de João, desconhecido da família até então. O primeiro encontro aconteceu aqui em Gramado.
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PAULO BETTI
João do Valle
Amigos, ontem no Cine Odeon, em plena Cinelândia, passou o filme do sorocabano Weriton Kermes, "João do Vale, muita gente desconhece."Fiquei sabendo às 18 horas. Uma gripe danada me impediu de abrir correspondência na internet durante a manhã. Corpo todo dolorido não me impediu de ir ver o curta documentário do cineasta sorocabano. Não me arrependi.O filme é declaradamente militante, desde o título. O propósito é divulgar um compositor popular importante que estava quase completamente esquecido.Werinton consegue seu intento em todos os sentidos. Mostra a carreira de João do Vale com suas parcerias famosas, cantando no Show Opinião ao lado de Nara Leão, de Chico Buarque e outros grandes nomes de nossa música.Mostra suas incursões pelo cinema brasileiro e até uma música inédita, cantada singelamente pela única pessoa que a conhece, o cineasta Roberto Farias, autor de clássicos de nosso cinema como "O Assalto ao Trem Pagador" e "Pra Frente Brasil".Roberto pediu uma música a João, ele fez, mas o filme não saiu. Essa canção está registrada apenas na memória do grande cineasta. Coisas de um mundo que não existe mais.O filme foi apresentado no mais importante festival brasileiro de documentários. O "Tudo é Verdade".Na mesma noite foram apresentados mais quatro curtas metragens. O do Werinton não era o mais badalado. Não tinha claque na sala. Apenas esse escrevinhador que vos fala e mais um reduzido número de admiradores do filme.Mas o aplauso foi emocionante. O mais empolgado da noite. Se depender da reação do público do Odeon lotado, "João do Vale" vai repetir o prêmio que ganhou em Gramado.Aliás, já havíamos nos encontrado em Gramado e Tiradentes, mas eu não havia conseguido assistir ao filme. Werinton e seus parceiros da MWM Vídeos Documentários conseguiram fazer um filme emocionante.Não há como não sentir um travo na garganta diante da apresentação dos feitos e agruras de um homem tão brasileiro quanto João do Vale. Compositor de "Carcará" (pega mata e come!) que todo mundo conhece, e também do sucesso na voz de Tim Maia, "Coronel Antonio Bento", João do Vale está mais vivo do que nunca, graças ao talento e dedicação da equipe de Werinton:Miriam Cris Carlos e Fernanda Oliveira no roteiro, Fernanda Oliveira e Edu Ferr na edição, Marcela Paixão na produção e a trilha original de Zeca Colares e Carlinhos Ferreira.Eu sei o quanto é difícil conseguir apoiadores para um filme, por isso faço questão de citar aqui aqueles principais que fizeram possível esse filme: Boomer Business Office, Imagem Press, Quantiko, Espaço Cultural dos Metalúrgicos, Loja da Comunicação, Prefeitura de Votorantim e Gramppo Filmes. Não percam esse documentário!Para se deliciarem, aqui vai um pouco de João do Valle: "Seu moço qué sabeEu vou cantá num baiãoMinha história pro senhôSeu moço preste atençãoEu vendia pirulitoArroz-doce e mungunzáEnquanto eu ia vende doceMeus colegas iam estudáA minha mãe, tão pobrezinhaNão podia me educáQuando era de noitinhaA meninada ia brincáVirge, como eu tinha invejaDe vê o Zezinho contá:O professô ralhou comigoPorque eu não quis estudáHoje todos são doutôEu continuo João-ninguémMas quem nasce pra patacaNunca pode ser vintémVê meus amigos doutôBasta pra me sentir bemMas todos eles quando ouveUm baiãozinho que eu fizFicam tudo satisfeitoBatem palmas e pedem bisE diz: João, meu colega!Como eu me sinto felizMas o negócio não é bem euE Mane, Zeca e RomãoQue também foi meus colegasE continuam no sertãoNão puderam estudáE nem sabem fazê baião."(João do Valle)* * *Atenção criançada! Continuam abertos os cursos de teatro no Instituto Cultural Vila Leão. A professora Fernanda Maia é fera! Informações no tel: (15) 3211-0465.
30/3/2006
Paulo Betti
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TV Cultura exibe o documentário

"João do Vale, Muita gente desconhece"

Segunda-feira, dia 11/12, às 20h00, A TV Cultura exibe o documentário: João do Vale, Muita Gente Desconhece. (premiado no Festival de Gramado) em homenagem a 10 anos da morte do músico (06/12/1996)

Iniciado em 1996, ano da morte de João o documentário "João do Vale Muita gente desconhece" dirigido pelo jornalista e fotógrafo Werinton Kermes, além de trazer as últimas imagens do artista ainda vivo, depoimentos de amigos, família e ícones da cultura popular brasileira como Miucha, Ferreira Gullar, Luis Vieira, Roberto Farias, entre outros, apresenta também, duas descobertas sobre a vida e a obra de João... João do Vale (considerado como o Poeta do Povo) é um dos grandes nomes da nossa música brasileira, também chamado como os 3 do Nordeste ao lado de Luis Gonzaga e Jackson do Pandeiro. È autor de diversos clássicos da música brasileira como: Carcará, Pisa na Fulo, Coronel Antonio Bento, Canto da Ema, A Voz do Povo, Pé do Lageiro, Minha história, Peba na Pimenta... muita gente canta, mas muita gente desconhece que é de João do Vale.
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JOÃO DO VALE - MUITA GENTE DESCONHECE